segunda-feira, 22 de julho de 2013

Os Sons dos Sonhos.

Ouvindo umas músicas indígenas com flautas e vozes,
me pareceram barulhos de estrelas.
Sabe quando disseram que dava pra ouvir o som do universo? 
Pois é, parece aqueles sons, do sol, das galáxias...
O que fico pensando ao ouvir isso, 
É que os nossos indígenas estão sendo mortos, 
Estamos matando, as pessoas que poderiam mostrar algo transcendente.
Eu, como antropóloga,
gosto da antropologia porque ela é uma das únicas que não ri da magia,
Que não duvida do que pode estar escondido nisso. 
Ela vem também da escuridão, 
Enquanto (quase) todo mundo só acredita na "clareza" 
O universo é escuro,
O ventre é escuro, e gera.
A música indígena me parece o som da natureza,
da noite, da morte, do recomeço,
Mas vem de algo que jamais ouviríamos. 
Ainda, alguns vão pensar que isso que escrevo é idiotice, 
pode até ser mesmo, 
justamente por essa cegueira burra que nos engole todo dia.



Mas estamos matando sim.
Um tipo de magia que poderia trazer um acréscimo tão desconhecido.
Já, somente nos resta as igrejas materialistas e mentirosas, 
os que vão com suas mentiras e os que vão contra as suas mentiras... 
Mas existe algo que estamos matando, algo construído há milênios. 
Algo que some 
E resta somente o fogo.
Antes ele era um componente. 
Agora ele parece estar no topo..

segunda-feira, 6 de maio de 2013

A casa do grito.



Como se não bastasse,
Passava na sua rua, 
pisava no jardim, 
e rondava o amargo que tinha na garganta 
e apertava para não deixar que engolisse, 
queria que sentisse o gosto, mais. 
Seria prazer, de ir até sua casa, 
só para ver. 
Entrava, entrave...
Desse jeito, saiu, 
seguiu estrada afora 
Não ia mais ter essa tal casa.




domingo, 20 de janeiro de 2013

Há mar.

Me mergulho
É preciso coragem
A profundeza pode nos tomar
ir ou ficar
Se, no escuro, sinto que não devo
Não me rendo à dúvida
De que, na imensidão de um mar sem fim existe um segredo
Eu mesma o guardei
Guardei
Em uma concha que canta
Quando canta
Ela o imita ou lhe empresta
Quando silencia
Preenche todos os cantos

Eu sei?
E aquele rosto triste, sentado a olhar o infinito?
Também sabe...
Vi, quiçá, em seus olhos, um brilho que afirmava

O polvo com seus tentáculos sabedoria
A lagosta, com suas cores e antenas além mar
Querem mostrar?

A ostra tece fechada em silêncio
O tesouro interior
Rara, exclusiva
De poucos olhos
Que saltam comum compasso
E finos fios cintilam
Ínfimo, insinuante

A ostra sabe?
Ela sabe...
Se cada estrela reluz o que de mais lúcido pode haver
Elas vêem na escuridão.
Se o ventre escuro como o mar
Geram
O que sabe a escuridão?

Se o mar e o céu a olhos sensíveis não se dividem
Pois são divinamente os mesmos
Parto que dessa união eu sou

Se existe tanta luz
Ressurgindo do escuro
O que sabe a luz?
Eu que tanto eu me ausentei,
Caminhando à duras penas
Esquecera?

A árvore, com seus braços erguidos
Recebe-se, a si mesma, em fruto e em flor
Ela também mostra

Se caminhar por dentro
É uma busca profunda de cada um
Se pode-se encontrar
Vamos olhar!
E toda essa luz
Não viria da escuridão?


Beija-eu-Beija-mar

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Avesso.


Avesso...
A, ve só
Osseva! tá avesso.
Tudo avesso, esse mundo
Osseva!
O mundo do avesso.

(Aloap)

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Passo.



A certeza da vida é a passagem
Logo para mim, a vida passa a ser um rio

Então por que não deixar o que deve ir
Para vir o que está por vir?

A passagem do rio é sua satisfação
Um rio parado é morto, escuro e sem vida

Uma vida que se segura
É uma represa,
Uma vida estagnada

Um rio preso, é vida sem vida.

(Paola)

Obs:. Esse rio está no olhar...

                                                             

O homem cordial.

Tinha um sorriso quadrado

Era limpo e reluzente seu colarinho
Andava em passos largos pois se sentia maior

Ninguém dirigia a ele a palavra
Somente quando esta ele consentia

Pregava a igualdade e fazia caridade
Era solidário com seus súditos

Mas no entanto aquilo lhe convinha
Sua cordialidade tinha o seu tamanho

E aquilo o fazia ser melhor
Mas ai daquele que lhe levantasse os olhos

Era cordial e muito consciente
E pregava a não violência

Como era grande seu sapato.

(Paola)

                                                                          

O Gago.





Me, me ame...
Me ame...
Minha meta, 
Minha metade...
Me'a meta língua...
Minha meta língua...
Minha meta linguagem
Me come, 
Me come... 
Me começa em ti
Me o cú..
Me ocú...
Me ocupe os espaços.

O gago. 

(Paola)

Um canto. "O amor é um rock e a personalidade dele, é um pagode." (Tom Zé)